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Me deixe Voar... - Oxitocinas
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Me deixe Voar…

Me deixe Voar…

Me deixe Voar e voltarei porque quero, não porque precise!

A manhã estava gelada cerca de 3 graus, as montanhas carregadas de neve no alto e mais pareciam talco pompom na paisagem. Eu na direção do carro, no retorno de Genebra para casa e meu marido na carona. Havíamos ido ao consulado de Genebra para renovar o visto das crianças – na verdade não tão crianças – 16 e 14 anos e fomos avisados que à partir de Janeiro do proximo ano, precisariamos ir até o Consulado para alistar nosso filho mais velho que completaria 18 anos e como moramos fora, já cuidariamos também da dispensa militar. Alistamento? Serviço militar? Tudo aquilo me chocou pois há 10 anos atrás eles ainda achavam o máximo os ataques da “monstra beija”…uma terrível criatura que atacava-os com muitos beijos….nosso filhos cresceram.

Como num grande filme,  desenrolava-se em minha mente em como foi difícil a fase deles bem pequenos. Como muitas de vocês, morando fora do Brasil sem ajuda e começando em minhas reinvenções profissionais. Lembro-me de um episódio que demorou muito pra se transformar em uma lembrança construtiva e não de culpa em minha mente. Estava em atendimento no escritório de casa e os dois filhos começavam a brincar de lutinha na sala de tv, quando o mais velho quebrou a clavícula do menor…me sentí péssima. Como podia dar suporte pra outras pessoas se estava sendo tão negligente no cuidado com meus filhos…a Carrasca interna não perdoava. Provavelmente você como Mãe, também deve ter dezenas ( ou centenas)  de episódios de culpa para dividir… 

Hoje passados 9 anos, abraço-me e fico muito feliz, por não ter desistido de minha própria vida, de meus próprios sonhos em função de meus filhos ou de meu marido. Nada foi fácil. Amo-os de paixão e poderia sem dúvida dar minha vida física por eles, porém, também sempre existiu uma parte de mim, que precisava criar, precisava aprender, precisava voar em novos ambientes e se conectar com o mundo. E essas conexões não tinham nada de desrespeito com um dos três, pelo contrário, só havia respeito. Respeito porque quanto mais colocava-me na posição de aprendiz, melhor me sentia. Mais inteira, mais eu mesma, mesmo não sabendo exatamente como seria o final do produto: eu mesma. Só sabia que estava em constante mutação. Queria crescer, queria aprender, precisava voar.  

E voltava cheia de vida, cheia de histórias para os três. A vida não vem com manual. Não existem varinhas mágicas, a gente foi tentando aprender juntos esse equilíbrio entre o voar e permanecer no ninho. Mas uma coisa é certa. A líder precisou ser eu mesma. Eu precisava tomar as rédeas da situação: inscrever-me em cursos de capacitação, sair da cama de madrugada e estudar enquanto a casa estava tranquila, responder com firmeza aos questionamentos: “para que inventar tanta moda”? Quando estamos numa vida familiar, a negociação é algo sempre presente e se não temos claros os valores que são inegociáveis, acabamos deixando de lado nossos próprios interesses em favor superficial ao todo. Digo superficial pois se não cuidamos primeiro de nós, o que damos para o outro nunca é o nosso melhor, sempre será algo capenga…pois mesmo que não conscientes, estamos capengas.  

Meu parceiro de quase 22 anos, até hoje não entende no racional o que sempre falo: Sou um passarinho que precisa ter a gaiola aberta para explorar novos ambientes e novos aprendizados e volto muito melhor do que saí. Assim o nosso compartilhar fica muito mais rico. Volto porque quero, não porque precise! Ele brinca que o que vai fazer é dar uma estinligada nesse passarinho…mas sei que é da boca pra fora, pois ele também se apaixonou por esse passarinho que precisa e quer voar, sempre! 

Outro dia meu mais velho chegou em casa e eu estava cozinhando e aproveitando o tempo, entre uma mexida na panela e outra,  também fazendo ginástica. Ele entrou em casa estava com as pernas pro alto e cabeça pra baixo ouvindo as orientações da personal trainner virtual. A reação de desaprovação normal na adolescência foi instântanea: “Mom, porque você não é uma mãe normal?” Ele ainda não percebe nem sente isso, mas talvez esse tenha sido um dos maiores elogios que eu tenha ganhado. Ainda bem que não sou normal, sou eu mesma! Pagamos um preço alto em tentar encontrar esse “eu mesma”…mas o preço de não tentarmos adentrar nesse caminho é alto e pesado demais!

Em seu caminho de descobertas, te desejo muita coragem  e amor por você mesma. E lembre-se, você pode ter companhia nesse caminhar. É por isso que estamos aqui:

Oxitocinas – para Mulheres e todos os gêneros que se reinventam!
10 Comments
  • Katia Ferreira
    Posted at 13:52h, 27 March Reply

    Geisa querida.
    Obrigada por em sua originalidade e autenticidade se mostrar por dentro ao invés de vestir qualquer máscara de coach ou de mestre. Isso me faz sentir mais humana e mais social, sabendo que há tantas outras anormais como eu trazendo à normalidade sua própria justificativa, por ter excessões 🤗
    Admiro demais mulheres, esposas, mães que trabalham em seus sonhos e realizações pessoais e profissionais…
    Admiro muito pois mal dou conta da minha vidinha simples descomplicada comigo mesma, meu estúdio, meus estudos, minha espiritualidade e minha ‘peixinha’ Scarlett..
    Obrigada por ter ouvido a sua voz interior e ter aberto sua gaiola para compartilhar conosco seus talentos e sua vida, nos inspirando a trazer mais paz, liberdade e felicidade para as nossas…

    • Geisa Mourão
      Posted at 08:42h, 11 April Reply

      Eta delícia “te ouvir” Aninha…é isso aí: Vamos ser “não” normais juntas!!!! Bjs no coração!

    • Geisa Mourão
      Posted at 08:49h, 11 April Reply

      Katia…estou dando risadas gostosas com seu comentário… eu vivo a máxima escrita pela Cora Coralina ” Nós ensinamos o que precisamos aprender”…e expor nossas fragilidades e desafios vai aos poucos nos fortalecendo e nos aproximando de mulheres autenticas e de coragem! Obrigada pelo carinho e por estar conosco nesse caminhar! Um grande beijo!

  • Marilda Lustosa
    Posted at 16:52h, 27 March Reply

    Faz todo sentido. Identificar e estar atenta às necessidades mais profundas é fundamental para continuarmos crescendo. Dar-se o direito de vivenciá-las sem culpas, não é simples, mas igualmente importante.

    • Geisa Mourão
      Posted at 08:46h, 11 April Reply

      Oi Marilda! E estamos nesse aprendizado juntas! Crescer, sem culpas. Cuidando do outro, mas primeiro, da gente ! Um beijão e até daqui a pouco! Bjs

  • Ana Kolb
    Posted at 12:13h, 30 March Reply

    Maravilhoso texto querida Geisa, nao tenho o mesmo “design” de familia, mas sempre fui a “doida”, e adoro ser assim, e libera muitas outras pessoas também pra poder assumir sua autenticidade! Força na peruca e tamo juntas, vamos ser “nao” normais juntas! 🙂 Como ja dizia a nossa querida Ritinha Lee “mas louco é quem me diz, que nao é feliz, eu sou feliz” Anamasté 🙂

  • Luiza
    Posted at 21:27h, 02 April Reply

    O Amor é o interminável aprendizado !

    • Geisa Mourão
      Posted at 08:41h, 11 April Reply

      Oi Luiza…desculpe a demora na resposta..estamos acertando o site e estamos nos achando! Obrigada pelo seu comentário…é isso mesmo…o Amor é um interminável aprendizado! Grandes amores e aprendizados pra todoas nós!

  • Ana Paula Gonçalves
    Posted at 14:19h, 18 April Reply

    Coisa linda! É tão difícil negociar a calmaria familiar para ir atrás dos nossos sonhos né?! Me senti tão compreendida com esse texto… muito obrigada!!

    E quero ser pra sempre um passarinho livre pra voar e voltar… ❤️❤️❤️

    • Geisa Mourão
      Posted at 17:50h, 19 April Reply

      Oi Ana…puxa que bom que não estou sozinha…rs rs Rquer da gente muita disciplina amorosa e amor próprio! Obrigada por escrever e que você possa voar e crescer sempre!!! Que todas nós!!! Bjs

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