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Descobrindo Oceanos - Oxitocinas
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Descobrindo Oceanos

Descobrindo Oceanos

Descobrindo Oceanos: A integração num novo País e a dedicação no aprendizado da Língua

Depois de 7 anos de Califórnia, USA, somente à partir de 4º ano em Los Angeles comecei a sentir-me um pouco menos desconfortável com a língua inglesa. Note: um pouco menos desconfortável. Olha que como a maioria das mulheres da geração x do sudeste brasileiro ( nascidas após os anos 60 a 80), tínhamos como lema a independência financeira. Para isso se fazia necessário, estudar, arrumar um bom emprego para conseguir custear uma universidade. Falar o inglês era, naquela época a “cereja do bolo”. Sempre estudei inglês, mas raramentre o utilizava, apesar de atuar no mercado de tecnologia e, em uma multinacional americana.

Chegando aqui na Suíça há 1 ano e meio, novamente um novo recomeço, uma nova língua: agora o Francês. Nova cultura, novos modos, novo jeito de interagir, tudo novo. No primeiro ano, a prioridade era minha família, principalmente a integração de nossos filhos adolescentes na escola pública suíça, reconhecida como uma das melhores do mundo, porém, extremamente conservadora. O objetivo era interagir com professores e diretores e tentar entender melhor como as coisas funcionavam por aqui. Esses eram os momentos mais frustrantes pra mim. Nem todos os professores falavam Inglês e meu Francês era mais corporal do que sonoro. Como profissional da comunicação, sei que as palavras só representam 7% da comunicação, seguindo do tom de voz 38% e 55% na comunicação não verbal. Porém, apesar da menor importância às palavras, sem o domínio delas, todo o restante se abala e minha frustração em não conseguir comunicar-me como gostaria, era enorme.

Agora com tudo um pouco mais nos trilhos no quesito familiar, o foco na minha própria integração com a língua passou a ser minha prioridade. Durante todo o início estudava o Francês duas vezes por semana, mas só o contato com amigos brasileiros ou utilizando o Inglês, limitavam minha imersão e entendimento na nova comunidade. Por isso, preparei-me financeiramente e em tempo, para uma imersão de 3 semanas na Universidade de Lausanne, e agora, começo a sentir-me como um peixe que nadava num pequeno filete d’água e hoje descobre que existe um infinito oceano.

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Era uma mistura de excitação, gratidão e entusiasmo com um grande medo e frio na barriga. Aos 47 anos voltar para os bancos escolares, era melhor que uma plástica rejuvenescedora e o ambiente escolar sempre me apaixonou. Porém, agora, o pacote era muito maior. O trabalho de Coach para mulheres que estão em fase de mudanças de vida, me apaixona e toma grande parte de meu tempo. As responsabilidades domésticas também são enormes e a mão de obra cara, não permite luxos de ajuda em casa. Cuidar de si própria quando nos acostumamos a cuidar do outro, não é tarefa fácil. Todavia, a gente ensina o que mais precisa aprender, já dizia Cora Coralina…e alinhar o que sabemos que temos que fazer e efetivamente fazer, é a chave libertadora para qualquer novo projeto. E a implementação de um o Plano Energético nesse meu momento de vida, foi fundamental para não desistir, antes mesmo de começar.

E o que é esse “negócio” de Plano Energético? É quando a gente conscientemente direciona nossa força, a energia em nossos pensamentos, emoções e ações, para se manter na rota. Para não desistirmos com as frustrações e desafios do caminho, e assim foi.

1º. Passo do plano: Deixar claro para você mesma, o que se quer e principalmente porquê se quer? E a minha resposta era:

Eu quero me conectar com o outro aqui na Suíça. Conseguindo interagir com professores, médicos, outros profissionais e divulgar mensagens que possam fazer diferença na vida das mulheres ( em francês, de um jeito mais tranquilo). Respeitando meu tempo e o processo normal de aprendizado de uma nova língua. Porquê? Pra voltar a ser eu mesma!

 

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Prédio da Faculdade de Letras – a jornada começava!

Ansiedade da Véspera – Os Medos

Os medos e os bloqueios mais profundos vieram todos à tona nas vésperas do intensivo que seria das 8:30 às 16:30, por 3 semanas.

Será que daria conta? Para que inventar nova moda? Porquê não ficar quieta só fazendo o que já estava fazendo…talvez eu não fosse inteligente o suficiente pra recomeçar tudo de novo…esses eram os pensamentos que vinham fortemente em minha mente.

Corri pra comida como se fosse uma grande amiga “acolhendo-me” com toda sua compreensão e afeto. Em seguida, ah..em seguida… a sensação de culpa e frustração passavam de coadjuvantes, para protagonistas de meu dilema interno.

Respirei, respirei e respirei de novo. Apesar de toda frustração e dor, tomei o remédio que alivia incontáveis males – exercitei o perdão comigo mesma. Intensifiquei tudo aquilo que sei que realmente nos ajuda a nos manter na rota e foquei nas meditações e momentos de silêncios matinais. Acordava mais cedo e no início só o focar na respiração já me acalmava. Relia em voz alta o que havia escrito como meu objetivo e principalmente o porquê estava fazendo tudo aquilo. No início era meio automático e parecia falso, mas à medida que ia repetindo e repetindo, uma sensação de aceitação e esperança iam se formando dentro de mim.

Cours de Vacances – Curso de Férias e Imersão Cultural

No primeiro dia eu mais parecia uma menina feliz em sua estréia na nova escola. Esqueci onde havia estacionado meu carro, me enrolei na procura de algumas salas de estudo e com tantos atrapalhamentos, dava risada sózinha, rindo de mim mesma. Rir de si mesma, na maior parte dos casos é um santo remédio! E confesso que quando começava a me sentir meio ridícula naquela situação de desconforto, relembrava-me mentalmente o “porquê” de estar ali. E a sensação de peixe fora d´água ia diminuindo. Estava ali para integrar-me de um jeito inteiro e verdadeiro nesse país que me acolhe. Estava ali por minha família, pelo meu marido, pelos meus filhos. Mas, principalmente por mim mesma. Queria voltar a sentir que eu era, eu mesma, resgatando minha auto confiança, agora no Francês e numa cultura tão diferente que a nossa.

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O sol nascendo no estacionamento da UNIL. Nesse dia, não me lembrava direito onde estava meu carro….

Passadas a primeiras horas, eu logo encontrei algumas brasileiras queridas vindas de cenários parecidos com o meu, e outros bem diferentes, mas com a mesma sede de aprender e de integrar-se mais inteiramente por aqui. Algumas acompanhavam os maridos, funcionários de multinacionais alocados para cá e uma outra em especial, estava por aqui há mais de 15 anos. Veio sózinha, para tentar uma melhor oportunidade de vida. Após seus anos iniciais fazendo serviços de limpeza, preparou-se passando por desafios pesados, principalmente a distância do filho e naquele momento, com 50 anos, apesar de já possuir um bom Francês coloquial, vislumbrava um aperfeiçoamento acadêmico, objetivando um curso universitário. Vínhamos de mundos diversos, porém, nos uníamos na busca do conhecimento e do crescimento. Éramos da mesma “tribo”. Sua garra e coragem foram e são inspiradoras para mim.

 

Quebrando esteriótipos

Na parte da manhã tivemos uma professora suíça, que quebrou todos os comuns esteriótipos em relação ao jeito suíço de ser: que são reservados e um pouco distantes para os moldes de nosso caloroso jeito brasileiro. Ela era extremamente divertida, e com mais de 20 anos de experiência educando adultos. Sabia magistralmente como aproveitar nossas experiências trazidas para sala de aula e transformava tudo numa grande lição de gramática, concordância, ortografia e o aprendizado fluia de um jeito leve e descontraído.

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Ultimo dia de curso, depois da “aventura” por 3 semanas!

Isso me ajudou a quebrar um pouco de meus próprios pré-julgamentos em novas interações. Seja ela, com suíços, ingleses, portugueses ou qualquer outra nacionalidade. E para comprovar que nossos pré-julgamentos só nos limitam, tipo, “os suíços demoram muito a fazer amizades com estrangeiros”, uma outra professora nos convidou para ajudá-la a soprar suas 48 velinhas de aniversário, comemorados em sua casa. Depois de um ano e meio, foi o primeiro convite de um suíço, suíça de verdade!

 

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Meu marido costuma dizer que tenho “mais sorte, que juízo”- não concordo. Tento estar atenta para as oportunidades que surgem, isso é sorte para mim. Também tenho juízo ao quadrado! Mas não espero estar 100% pronta para começar algo, mas sei que às vezes estico demais minha própria corda. Na parte da tarde, era uma imersão cultural com alunos num nível de francês um pouco mais avançado que o meu. Entre B1 a B2 – como um intermediário para avançado. E eu estou entrando agora num nivel B1, intermediário. Esse módulo, foi realmente mais desafiante pra mim; questionava-me se talvez não tivesse “esticado demais a corda”.

Entrevistávamos nativos da língua, seguindo um roteiro curto, e em seguida fazíamos a transcrição da parte gravada. E foi justamente numa dessas entrevistas que tive um grande “insight”, um click interno. Fomos até o “Palais de Rumine”, um centro cultural na praça de Rippone em Lausanne, que abriga vários museus e uma bibilioteca. Um lugar lindo, construído no século XIX como doação de uma família aristocrata russa.

Fazíamos um tour com a professora apresentando-nos os diversos setores e precisaríamos retornar depois para entrevistar algum funcionário. Havia imaginado inicialmente, uma entrevista com alguém da biblioteca. Todavia, quando passamos pelo tour, percebi que todos estavam tão focados no atendimento ao público que não teriam disponibilidade em atender-me. O senhor que cuidava dos bilhetes de entrada – tudo era gratuito, mas se fazia necessário retirar as entradas nesse setor – foi o que melhor respondeu ao meu “Bonjour” com um sorriso mais aberto. Voltei ao setor dele e após responder minhas questões de um jeito simpático e vagarosamente didático, ele me questionou sobre há quanto tempo estava por aqui, e porquê o francês era importante para mim. Disse a ele tudo o que vocês já sabem e ele fez o seguinte comentário: “Quando a gente se abre para conhecer algo, a gente começa a entender melhor esse algo”.

Como seria nesse momento sua vida, se você entendesse melhor você mesma?

 

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Palácio de Rumine – na praça Ripone em Lausanne – Suíça

Inicialmente isso parece tão óbvio, mas para mim, não era. Várias fichas caíram. Diminuindo meus pré-julgamentos e tentando entender a língua, eu começava também a tentar entender melhor os hábitos e o jeito de ser, tão diferente do nosso. Tipo, não é porquê os suíços não têem o hábito de se abrirem na fila do supermercado com um estranho, como às vezes fazemos no Brasil, que são piores ou melhores que a gente, só são diferentes. Uma sementinha de empatia começou a germinar dentro de mim: essa distância não é nada pessoal à minha pessoa…e nem à de ninguém.

A Hora é Agora

Toda minha dedicação e esforço, valeram a pena durante essas 3 semanas de noites mal dormidas. Dormia cerca de 05 horas por noite, para dar conta dos “devoirs” (deveres) e das atividades da casa. Outro ponto tão importante quanto o aprendizado da língua, foi também dividir com minha família, toda experiência vivida. Quando contava algo sobre o novo grupo de amigos, meu filho de 13 anos veio com uma pergunta interessante, pois não tinha nada haver com o que eu compartilhava naquele momento. Ele questionou: Mom, que idade têm seus amigos? Respondi que haviam vários e em várias idades. Desde a “moçadinha” de 20 a 30 anos até pessoas mais velhas que a Mãe, com cerca de 60 ou mais. Ele me responde com um sorriso tirador de sarro: Moçadinha de 30???? Aquele sorriso e sua interpretação de idade, reforçam a idéia de que tudo realmente é relativo e depende de algumas referências. Quando temos 13, a “moçada de 30” já não é mais moçada.

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Voltando para casa. As vinhas de Lavaux à esquerda e o lago Leman – que nasce em Villeneuve e chega até Genebra à direita. (Informações wikipedia: nasce no glacier do Ródano no cantão do Valais, Suíça e deságua no delta da Camarga, na França)

 

Mas aos 47, a gente percebe que já não temos todo o tempo do mundo, como achávamos aos 20. Nos dispomos então, mais rapidamente a tentar o novo e arriscar-se em novas situações não tão confortáveis inicialmente.

E você pode estar com desafios parecidos, adaptando-se a novas culturas e novas línguas; ou talvez não, talvez seus desafios sejam outros, como ampliar sua carteira de clientes ou recomeçar uma nova profissão em seus 50 ou 60. Na verdade, o desafio em si não importa muito. O que mais importa é conseguir identifcar o que você quer criar e como essas criações serão impactantes em sua própria vida e na vida dos que estão ao seu redor. O negócio é começar “ontem” a colocar a mão na massa e partir para o passo a passo nessa direção!

Hoje, sei que tenho um oceano imenso para explorar. Vou me abraçando, deixando de ser a juíza para transformar-me numa grande e real amiga de mim mesma. Nos normais desvios do caminho…eu respiro, respiro e respiro.

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Um grande beijo e até a próxima,

 

Ps1: Um passo de cada vez. Ter um Plano Energético é como ativar seu GPS interno. Aguarde, para os próximos dias, te darei um presente, pequenos vídeos educativos: Como criar seu plano Energético.

 

Se estiver pronta, deixe seu email e assim que finalizá-los, te enviarei!

Clique no Presente abaixo

 

 

Ps2: no primeiro dia de curso, depois de ter estado perdida e desanimada comigo mesma…na hora do almoço na cantina da Universidade, recebi essa mensagem privada no Face. Estamos todas conectadas. Em meu momento de queda de energia e esmurecimento, o “Universo” me envia essa mensagem, através de uma antiga cliente de Coaching e amiga querida. Mal sabia ela, que sua mensagem estava sendo meu maior Presente! Esse é o poder das conexões. Somos professores e alunos em momentos diferentes do caminho. Obrigada Lu, por me fazer lembrar de meu propósito por aqui!

 

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